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Só Deus é de Grande Valia

Autor: Edigles Guedes No mundo desmantelado: Cada qual vive por si, E todos são contra todos. Como carro sem chassi, Andam com pressas nas calças, Num gigante frenesi. Mas inda existem sujeitos Que renunciam a fé. Inda não comem o bife, Inda não bebem café, Nem por isso eles desistem… Mastigam magro nafé. E arrotam puro maxixe. Nesses versos tão marotos, O leitor verá que a fé Vence os caminhos ignotos. A vida é sem por acasos, Que nem navios com pilotos. Não cai folha duma árvore, Não crescem cabelos brancos, O Sol navega seu tanto, Barco vai a solavancos. São planos da Providência, Com os trancos e barrancos. Num povoado, em caixa-pregos, Morava um rei cabuloso, E, também, um velho ancião. O último era portentoso; Pescador de águas profundas; Cabungueiro e corajoso. Remendava o senhor rei. E sempre quando podia, Retrucava o seu ditado. Pescador velho dizia, Aos seus botões encardidos: — Só Deus é grande valia! ...

A História de José e Maria

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V elha viúva vivia pobre, Passando necessidade. Tinha um filho e filha audaz, De pouca vivacidade. O menino era sagaz; O menino era alfaraz, Embora de pouca idade. A criança sonhou bom sonho. Viu um anjo que lhe alertava: — José, diga à mãe sofrida, Que precisão desabava Se você procurar vida. Havia de encontrá-la na ida Pelo mundo, desagrava. O menino despertou. Tomou café carcomido, Engoliu pó preto e envoltas, Arrotou prato lambido. A barriga dava voltas, — A lombriga, viravoltas — Em vômito dolorido. Fitou sua bondosa mãe, Disse-lhe com seu carinho: — Eu vou caçar minha vida, Procurar suave caminho, No meio das trevas sofridas, De través nas selvas bandidas, E volto pra nosso ninho. —Vá, meu filho tão querido! Só lembre a vereda longa De regresso à sua botica. Cantou longe uma araponga. — Meu coração já suplica… Fico muito tiririca; Mas retorne sem delonga. O nome dele é José; Sua irmã chamava...